Quais os riscos financeiros de morar juntos sem oficializar união estável?

A vida a dois traz várias questões além da afetiva, e uma das mais importantes é a e que diz respeito ao dinheiro, que pode ser um aliado um relacionamento, principalmente quando vocês vivem debaixo do mesmo teto.

Existe um termo no planejamento financeiro pessoal para definir aquela pessoa que você escolheu para ser seu parceiro, seja em um namoro, noivado ou casamento: ele passa a ser seu ‘sócio afetivo‘. Isso porque em uma relação que envolva duas pessoas e que pelo menos uma delas trabalhe, há ganho de dinheiro, gastos, patrimônio e dívidas do casal. Cada um terá uma participação nos resultados financeiros e, portanto, se tornarão ‘sócios’.

“Se você está prestes a morar junto com alguém ou já o faz, as orientações abaixo vão te ajudar a melhorar a relação de vocês com o dinheiro e permitir que entendam os riscos desse grande passo sem oficializar uma união estável“, afirma Lucas Madaleno, Planejador Financeiro Pessoal da empresa Finanças Para Dois, consultoria especializada em atender casais.

Como separar as contas dentro de casa?

Morar juntos envolve um diálogo bastante honesto entre o casal antes de colocar isso em prática. “Agora vocês terão contas em comum, como água, luz, internet, supermercado, etc. Como fazer a separação de quem paga o quê? Vocês já pararam para pensar nisso? Há três formas dessa divisão acontecer:

– As contas em comum são somadas e cada um paga metade desse valor;
– Cada um fica responsável por pagar determinadas contas;
– As rendas do casal são somadas e cada um paga um valor proporcional ao seu rendimento. Por exemplo: um dos dois ganhou R$ 4.000 naquele mês e o outro ganhou R$ 6.000. O que ganhou mais fica responsável por pagar 60% das contas de casa e quem ganhou menos responde por 40%”, explica Madaleno.

Note que não existe o melhor modelo, mas sim aquele que mais se encaixa e faz sentido para vocês. “Conversem sobre as três formas e entendam qual gostam mais e, se encontrarem uma quarta solução que agrade ambos, coloquem ela em prática”, recomenda.

O que é meu é seu ou o que é meu é meu?

As finanças são uma excelente pauta para uma conversa entre o casal, afinal, o “combinado não sai caro”. De acordo com o profissional, “além da divisão das contas, como vamos fazer com os bens que temos atualmente? Sem definir uma união estável, morar juntos pode trazer um risco financeiro ao patrimônio que cada um já possui. Sempre torcemos para que o casal siga feliz, mas e se acontecer alguma coisa no meio do caminho e ele se separar? A união estável pode diminuir, pelo menos, a dor de cabeça de determinar o que era de cada um antes desse marco“.

Recebimento de herança, o que fazer?

Assim como em um casamento, a definição de uma união estável permite aos parceiros escolher seu regime de bens. “No  Brasil, o mais comum é a comunhão parcial de bens (quando o casal não escolhe, esse é o regime selecionado automaticamente pelo cartório), que se configura como a herança de um é de um e a herança do outro é do outro”, esclarece o profissional. Ele complementa: “quando não se oficializa a união estável e um dos dois recebe uma herança, esse novo patrimônio pode ser confundido como sendo de ambos, pois, não há nenhum documento que prove qual a relação do casal“.

Importante! União estável não altera estado civil

E um último ponto, a título de curiosidade e que nem todas as pessoas sabem, “é que a oficialização de uma união estável não altera estado civil, ou seja, após a definição dela, ambos continuam com o estado civil anterior a ela“, destaca o consultor.

Fonte: Aline Linhares

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